Consumo de Substâncias Psicoativas no Brasil.

A prevalência do consumo de substâncias psicoativas lícitas, foi recentemente evidenciada tanto por meio dos dados sobre o consumo nacional de substâncias psicoativas dos anos de 2005-2007 - obtidos através da parceria entre a Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) e o CEBRID – como pelos dois últimos relatórios, publicados pelo Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes (UNODC), em 9 de setembro de 2008 e em junho de 2009..
A reprodução da tabela do CEBRID sobre o consumo de substâncias psicoativas no Brasil (Tabela 1), permite constatar que as drogas lícitas – como é o caso dos benzodiazepínicos e orexígenos – são as mais consumidas no Brasil, ultrapassando o consumo de cocaína, por exemplo, que é o principal alvo da luta antidrogas dos países latino-americanos. A evolução do consumo nas drogas lícitas é confirmada, ainda, pelos dados relativos a produção e consumo de anfetaminas e metanfetaminas, presentes no relatório do UNODC de 2008 e 2009.
Evidencia-se que a prescrição de anfetaminas, na América Latina, supera a média mundial. Nos períodos de 2000 a 2002 e 2004 a 2006, o consumo de estimulantes na América Latina, fabricados legalmente, passou de 7 doses diárias por 1.000 habitantes, para 11 doses diárias (um aumento de 5% no consumo). No caso específico do Brasil, o país é o terceiro maior usuário do mundo, com mais que o dobro de usuários entre 2001 e 2005, saltando de 1.5% para 3.2% nas áreas urbanas. O relatório de 2008, por exemplo, registrou um índice de consumo, para o Brasil, de 10 doses diárias. Já no relatório de 2009, é acentuada a facilidade das prescrições médicas irregulares de anfetaminas.
O conjunto desses dados revela, então, não só o aumento do consumo de cocaína. Mas principalmente a expansão surpreendente do consumo de drogas lícitas (ansiolíticos, orexígenos e estimulantes) para além da linha de consumo terapeuticamente controlada. Um outro fato relevante sobre o consumo de substâncias psicoativas lícitas é o índice de consumo elevado de fluoxetina (LY110141), cujo nome comercial é LY110141.
Sua comercialização começou em 1987 nos Estados Unidos. No Brasil, a substância foi comercializada a partir de 1989. Em 1999, sua comercialização equivalia a 25% do faturamento de 10 bilhões de dólares do laboratório Eli Lilly. Em 2001, mais de 20 milhões de medicamentos antidepressivos eram comercializados no Brasil: 200 mil eram de Prozac. O uso do Prozac responde a tese do desequilíbrio químico e atua sobre os níveis de serotonina que, junto com a dopamina e a noradrenalina são isoladas como as reguladoras das emoções. Sendo assim, o Prozac é classificado como ISRS (inibidor seletivo de reabsorção de serotonina). Entre 1995 e 1999, o laboratório Ely Lilly estende a possibilidade de uso da fluoxetina à criança, desenvolvendo o Prozac líquido com sabor de hortelã. O uso de drogas semelhantes ao Prozac por crianças entre 7 e 12 anos, nos Estados Unidos, aumentou 151% e entre menores de 6 anos 580%. Em 2004, as crianças de 5 anos ou menos, foi o segmento de maior consumo de antidepressivo nos Estados Unidos para o tratamento do mutismo seletivo, caracterizado pelo medo de falar em situações sociais[1].

[1] Dados obtidos em Felicidade na Dose Certa?, in Carta Capital. 23 de maio de 2007. Ano XIII. N.445. pp.8-14.
Um outro fato relevante sobre o consumo de substâncias psicoativas lícitas é o índice de consumo elevado de fluoxetina (LY110141), cujo nome comercial é LY110141.
Sua comercialização começou em 1987 nos Estados Unidos. No Brasil, a substância foi comercializada a partir de 1989. Em 1999, sua comercialização equivalia a 25% do faturamento de 10 bilhões de dólares do laboratório Eli Lilly. Em 2001, mais de 20 milhões de medicamentos antidepressivos eram comercializados no Brasil: 200 mil eram de Prozac. O uso do Prozac responde a tese do desequilíbrio químico e atua sobre os níveis de serotonina que, junto com a dopamina e a noradrenalina são isoladas como as reguladoras das emoções. Sendo assim, o Prozac é classificado como ISRS (inibidor seletivo de reabsorção de serotonina). Entre 1995 e 1999, o laboratório Ely Lilly estende a possibilidade de uso da fluoxetina à criança, desenvolvendo o Prozac líquido com sabor de hortelã. O uso de drogas semelhantes ao Prozac por crianças entre 7 e 12 anos, nos Estados Unidos, aumentou 151% e entre menores de 6 anos 580%. Em 2004, as crianças de 5 anos ou menos, foi o segmento de maior consumo de antidepressivo nos Estados Unidos para o tratamento do mutismo seletivo, caracterizado pelo medo de falar em situações sociais[1].

[1] Dados obtidos em Felicidade na Dose Certa?, in Carta Capital. 23 de maio de 2007. Ano XIII. N.445. pp.8-14.

Cláudia Henschel de Lima

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